sábado, 4 de abril de 2015

BORDEAUX

          Extremamente cansados, pela maratona parisiense e os pelos castelos do Loire, chegamos a Bordeaux. Após um citytour, que nos mostrou algumas atrações da cidade, chegamos ao hotel mais mortos do que vivos. Não saímos nem para jantar. Um presunto de Parma, um vinhozinho  e um bom queijo francês, comprados no armazém da cidade, foram o nosso jantar. Uma caminha macia, não permitiu que fizéssemos um passeio pelos arredores. Caímos num sono profundo. E talvez, quem sabe,  conheceremos melhor  Bordeaux em uma próxima viagem?
Fotos mesmo, só do quarto maravilhoso e da caminha macia que nos fez prisioneiros no Hotel Mercure de Bordeaux.






VALE DO LOIRE

     Era bem cedinho, quando deixamos o hotel rumo ao Vale do Loire. Deixar Paris pra trás, não foi uma experiência muito agradável. Despedimo-nos de uma cidade linda que, em total cumplicidade com seus visitantes, também se mostrava triste e cinzenta. À medida  que nosso ônibus se afastava, seus contornos iam se esvanecendo por trás de uma manhã nublada e fria. Da minha janela, ainda pude ver por algum tempo a Dama de Ferro, a Torre Eiffel, símbolo da cidade que nos afagou com seu romantismo e que nos enriqueceu com suas lições de arte. E meus olhos não se desgrudavam daquela visão... Aos poucos, ela foi sendo substituída por uma paisagem campestre, a mesma que morava nos contos de fadas dos livros da minha infância. 
      Um soninho trazido pelo balanço do ônibus, uma parada em uma lanchonete à beira da estrada, e quando demos pela coisa, estávamos chegando ao Vale do Loire. O lugar começa timidamente. Uma casa aqui, outra mais adiante, todas se apresentando em tons muito claros entre o verde e o azul. Sempre lindas. Portas, janelas, eiras e beiras pintadas de branco faziam daquele lugarejo,  o sonho de consumo de quem quer "uma casa no campo onde possa compor muitos rocks rurais". 
          De repente, um caminho de terra margeado de um lado por árvores frondosas; do outro, por um riozinho de águas calmas, em cujas águas patos e outras aves do mesmo porte nadavam em total harmonia. Ao final deste percurso, majestosamente, nos aguardando, o Castelo de Chambord. Nunca tínhamos visto uma construção tão imponente e tão perto de nós. No gramado que o antecede, pequenos arbustos, recortados em forma de naipes de baralhos, enfeitavam a entrada do castelo. Uma construção complexa e belíssima.








          Em seguida, mais um pouquinho de ônibus e, em menos de meia hora, chegamos ao Castelo de Chenanceau. Um antigo castelo construído para as caçadas de um dos reis da França, transformou-se, pouco depois, no Castelo das 8 Rainhas. Ficou destinado à moradia das rainhas francesas que enviuvavam. Em seu interior, conhecemos  os aposentos de alguma delas. Sem dúvida, o mais marcante pertenceu à Rainha Catarina de Médice. A copa e a cozinha deste castelo são dependências requintadíssimas, e as panelas e travessas de cobre dão o toque especial à decoração. Há também um salão de música, onde os bailes eram organizados onde se encontra o maior piano de cauda da França. 
          Felizmente, Chenanceau permite fotos em seu interior. Então abusamos dessa boa vontade.













          

domingo, 16 de setembro de 2012

MONTMARTRE

          Pela manhã um citytour, nos levou a mais alguns lugares interessantes de Paris. Algumas praças, alguns monumentos e prédios. Um pouco mais de Champs Elysés e Arco do Triunfo, um bom almoço num restaurante lindo. Escolhemos uma mesa na calçada e ficamos apreciando o vai e vem dos parisienses com suas famosas baguetes debaixo do braço. Meio cansados, voltamos para o hotel, mas não haveria cansaço capaz de acabar com a nossa última noite em Paris. Decidimos conhecer Montmartre, o bairro dos artistas. Tomamos o táxi ainda com bastante sol., mas percebemos algumas nuvens mais pesadas e escuras pintando o céu da Cidade Luz. Não demos importância. Ainda bem! Caso contrário, teríamos perdido uma das melhores noites da viagem.
          Pedimos ao motorista que fosse devagar para apreciarmos toda aquela parte da cidade que ainda não conhecíamos. Passamos por Pigalle, vimos os cabarés, que começavam a funcionar. Em seguida, começamos a subir uma ladeira interminável. Construções baixas e lindas adornavam o caminho. O motorista, em bom inglês ia descrevendo tudo o que víamos, nos trazendo informações bem humoradas e às vezes picantes. No alto do monte, ele avisou que nos deixaria na parte de trás da Igreja de Montmartre, que era o limite que os táxis poderiam chegar. O lugar é lindo. Montmartre, logo que foi doado à Igreja Católica,  recebeu um vinhedo cultivado pelos monges. Alguns terrenos da Igreja, ainda possuem videiras pertencentes aos padres. 
          A catedral é lindíssima. Entramos pela porta lateral do templo. Lá dentro, ficamos sabendo que ela está aberta dia e noite por 125 anos ininterruptos. Nem a 2ª Guerra foi capaz de fazê-la fechar sua belíssimas portas. E
as cúpulas? Es torres? Seu interior não fica devendo em nada ao que vemos lá de fora. Saímos pela porta da frente e descemos por uma escadaria de mármore, onde havia muita gente sentada, ouvindo uma apresentação de reggae. Sentamos também  e curtimos o show. Aliás eram dois espetáculos: o de música e o visual ; simplesmente toda Paris. 
          Quando o show acabou, descemos as escadarias da igreja e também as da rua. Sim, as ruas têm escadas em Montmartre, tipo Ouro Preto. Acho que é para conter o nosso andar, de tão íngreme que é a colina.Quando demos conta, estávamos perto de uma praça cercada por quiosques e banquinhas de artistas que pintavam em seus cavaletes freneticamente. Alguns reproduziam a paisagem do lugar, outros pintavam retratos de turistas. 
          Sentamos em um dos quiosques, que pertencia a uma espécie de cabaré, na calçada em frente. Pedimos salsicha com batatas fritas. Delícia! Quando saímos do quiosque, percebemos que aquelas nuvenzinhas do final do pôr do sol, transformaram-se numa chuvinha fraca mais intermitente que nos fez comprar um guarda-chuva que se desminlinguiu na primeira chuva carioca que enfrentou. Depois, entramos numa espécie de galeria e compramos os posters das meninas e do Gui. Depois, em outra loja, compramos os leques da Bel e da Manoa. Finalmente, para variar, mais lembrancinhas para o povo daqui. Quando saímos de Montmartre, já era mais de meia-noite em Paris. Passamos mais uma vez por Pigalle e seus luminosos e enfumaçados cabarés. 
          Chegamos ao hotel para dormirmos o sono de justos, tentando prolongar em nossos sonhos aquela inesquecível última noite em Paris.


PARIS - Tarde de 23 de julho

          Uma tarde em Paris!
          Acabado o almoço, pegamos um táxi que dividimos com Jaqueline e Cláudia e fomos explorar mais um pouquinho da cidade. Destino: Notredame. Pedimos ao motorista que nos deixasse apenas próximo à Igreja. Queríamos fazer uma parte do percurso a pé. Assim foi. Duas ou três pontes depois às margens do Sena, ela aparece diante de nossos olhos extasiados. Cada porta, cada vitral, cada gárgula, cada escultura de sua fachada pareciam nos desejar boas vindas. Séculos e séculos de história estavam ali, diante de nós, que buscávamos em cada detalhe um motivo de prazer e de encantamento. Entramos no templo. Sombrio... paredes de pedra... a pouca luminosidade vem por entre os belíssimos vitrais que o adornam. Os altares estão ali; à espera dos olhares das visitas, os quais se movimentam incessantemente. Notredame, lá de cima de seu posto principal, olha a todos com aquele olhar de mãe que entende o vozerio, que perdoa a balbúrdia, que aceita as chegadas barulhentas de seus filhos e a satisfação que eles sentem por vê-la em seu altar mór, surpreendentemente simples. Na parede lateral à direita, uma grata surpresa: Joana D'Arc, a protetora do povo francês abençoa a todos com suas armas, sua farda e sua santidade. 
          Uma maquete da Catedral fica exposta para a apreciação de todos. É perfeita nos mínimos detalhes. Saímos do templo para apreciar sua grandeza e sua arquitetura mais uma vez. O estilo gótico impera por toda a construção. As figuras medievais do pórtico principal me são velhas conhecidas, por figurarem em quase todos os livros de Literatura. As gárgulas não me assustam; elas me encantam. Olhando para elas chego a imaginar o som de suas vozes, caso pudessem gritar ou mesmo falar. São lindíssimas em sua monstruosidade e feiura. Vamos nos distanciando daquela imensa construção, e cada vez que olhamos para trás, lá está ela, à vista de todos; grandiosa, majestosa, absoluta e inesquecível. 
          Que bom dizer: eu conheci a Notredame de Paris!




















quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Paris, 23 de julho de 2010 - Louvre




























Sua Majestade, o LOUVRE!

Como já disse, minha chegada ao Louvre foi preocupante. Passei pela roleta quase empurrada de tão forte que era a dor que sentia. As primeiras salas não me empolgaram. Tenho quase certeza de que foi por causa do meu estado. Mas aí eu tomei o remédio, e tudo mudou. Fiquei ótima.
Estávamos chegando perto de uma escadaria com muita gente parada olhando alguma coisa: era a Vitória de Samotrácia. A escultura da mulher alada que é considerada a obra mais perfeita do mundo. Meu coração deu uma disparada, e eufórica, tirei inúmeras fotos. Todas saíram horrorosas, fora de foco ou tremidas. Também pudera! Do jeito que eu estava, não conseguiria nada. Aliás as melhores fotos do Louvre não foram clicadas por mim.
Voltei à escadaria da Nike (como a estátua era chamada pelos gregos) mais umas duas ou três vezes para me lembrar bem do que estava vendo. Fiz a mesma coisa com a Vênus de Milo. As duas são lindas.
Na hora da Monalisa, havia uma multidão na minha frente, e a minha altura não me permitia enxergar nem a moldura do quadro. Não quis saber. Cheia de gás, fui passando pelo povão, dando um empurrãozinho aqui, uma cotoveladinha ali, tudo com “muita educação”, até que fiquei cara a cara com o vidro que me separava da Gioconda. Emocionante! Eu estava vendo aquele sorriso, aquelas paisagens invertidas, aquele olhar enigmático dos quais eu tanto falava nas minhas aulas sem nunca tê-los visto ao vivo. Fiquei ali parada; me esqueci do tempo. Só saí de onde estava, quando alguém me achou e me puxou para perto do grupo.
Cada tela do Louvre é um escândalo. A cada sala um turbilhão de emoções. A arte grega é um capítulo à parte. A estátua da Diana é incrível; a do Hermafrodita também. Não dá vontade de sair do museu.
É claro que não visitamos tudo, mas o que vimos nos encheu de alegria pela sensação do sonho realizado. Na saída, comprei minha inseparável lapiseira e o livro do museu que uso para minhas aulas. Depois fomos para o pátio externo, tiramos algumas fotos no lago e partimos para aquele tal almoço.
Nessas alturas o grupo se dispersou e foi cada um por si, ver o que queria de Paris. Nós optamos por almoçar e visitar novamente o Museu D’Orsay, dos impressionistas, que fica na outra margem do Sena, em frente ao Louvre.
Paris, 22 de julho de 2010.